Vivemos
num mundo no qual convivem, não muito pacificamente, vários modelos
de capitalismo, desde o mais soft e inteligente - que
compreende a necessidade de mitigar as agruras dos desfavorecidos
como meio mais saudável de manutenção da paz social - ao mais
sórdido e predatório, que se orienta exclusivamente a partir da
visão estreita da pilhagem, ainda que isso redunde na necessidade do
uso desmedido da violência do estado, dentro ou fora do próprio
território, e gere um estado de conflito social por tempo
indeterminado. O primeiro, soft, possui bases fincadas na
estratégia de médio e longo prazo, inclusive no que concerne à
captura do lucro, enquanto o segundo segue o instinto dos animais de
rapina, lançando-se sobre a carniça com foco apenas no presente.
Apesar de existirem os dois modelos, em variados gradientes, é o
capitalismo em sua vertente ultraliberal que vem vicejando nas
últimas décadas, forjando, desde pretensas uniões transnacionais
paridas à fórceps, a intervenções geopolíticas que violam o
direito de autodeterminação dos povos, isso sem mencionar as lesões
gravíssimas que provoca à ordem ambiental. Para consecução de
seus objetivos, atua militarmente ou através da criação de
instabilidades nacionais, como está ocorrendo no Brasil pela via do
golpe antidemocrático de 2016.