segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O limite do possível político


Exagera quem considera que está ocorrendo uma grande derrota das forças progressistas brasileiras por culpa das dificuldades do PT em se manter coerente ao seu projeto utópico original.
As conquistas do PT no governo federal não se resumem ao aumento do consumo, proporcionado pelo inegável incremento da renda. Longe disso...
Primeiro, é preciso deixar claro que esse aumento de consumo não pode ser confundido com o consumismo da classe média e da classe rica, superficial e fútil. Trata-se de consumo de bens de primeira necessidade, como alimentos. Assim, trata-se, no fundo, de melhoria na condição alimentar da população pobre, notadamente entre as crianças, o que implica melhora na saúde geral dessa população.

sábado, 26 de setembro de 2015

Os cavaleiros do apocalipchment

Após o fim do ciclo militar, com Sarney assumindo a Presidência às pressas, em substituição ao falecido Tancredo Neves, o país ingressou num longo e tedioso período de calmaria política, somente interrompido em situações episódicas, como a dos caras-pintadas que exigiam a saída de Fernando Collor da presidência.
Não se discutia política no Brasil. O churrasco era regado a cerveja e conversas sobre futebol, carnaval e mulheres. As queixas eram genéricas, as de sempre: péssima educação pública, péssima saúde pública, péssima segurança pública e por aí vai. São queixas com as quais o brasileiro se encontra acostumado, afinal, o serviço público é ruim no Brasil desde Cabral. Ninguém, porém, brigava com o amigo por conta do presidente que ele escolheu. No máximo, uma piada sobre o mau-gosto e nada mais.
E outra coisa: como pouco ou nada se discutia de política numa era de pouco fluxo de troca de informações interpessoais, quase nada sabíamos de fato sobre o que as pessoas à nossa volta, amigos e familiares, realmente pensavam sobre política.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Consumismo, exacerbação do individualismo e estado social



Alguns pensadores afirmam que a evolução do ser humano, em sua dimensões individual e coletiva, ocorreria segundo as etapas da prevalência do direito de propriedade, passando à primazia do direito político e finalmente desaguando no estágio final da formação do estado democrático em sua expressão mais pura, a do estado social.
O ser humano, por natureza e por pressão evolutiva, é socialista, dado que coloca, ainda que de forma inconsciente ou semi-consciente, a condição pessoal do próximo como elemento comparativo de avaliação da própria realização pessoal e felicidade individual. Isso vale para todos, pobres e ricos. Ricos somente deixam de atuar como socialistas em relação a quem considera inferior, movidos pelo princípio de egoísmo que os induz a proteger a própria riqueza, Nunca, porém, deixam de perseguir a igualdade com os superiores, os mais ricos do que eles. Seriam uma espécie de socialistas na riqueza. O móvel, porém, é idêntico.