O animal selvagem, tremendamente forte e robusto, rosna com insatisfação ao perceber um outro de sua espécie, abatido e esquálido, se aproximando da carcaça. A carcaça é três vezes maior do que o animal selvagem robusto, mas ele não deseja dividi-la. Nesse momento, o instinto de sobrevivência grita forte no espírito indomado. Não é possível à fera perceber a possibilidade de solidariedade. Seu lado irracional é mais forte e seus filhotes esperam por um pedaço daquela carne semi-putrefata.
O
animal mais esquálido para à certa distância. Avalia a situação.
Teme uma reação da robusta besta que está se alimentando. Está
muito fraco, não pode se dar ao luxo de um combate. Nota que a
carcaça é imensa, poderia alimentar um bando inteiro. Verifica que
a fera está se alimentando por um dos lados da carcaça. Imagina
que, se chegar pelo outro lado, não irá incomodar. Talvez nem seja
notado. Sabe que terá que tentar, pois seu corpo não resistirá à
fome por mais um dia. Resolve prosseguir. Irá abocanhar um pedacinho
de carne e sair correndo. Não fará falta naquela imensa carcaça e quem sabe a fera perceba que não vai valer a pena uma
luta por um naco tão pequeno da carne.