segunda-feira, 30 de abril de 2012

Zeitgeist, o documentário

Zeitgeist, segundo a Wikipédia, "é um termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos tempos.
Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo".
Palavra muito usada em filosofia como referência à temporalidade do pensamento humano, sempre sujeito às condições históricas vividas pelo pensador, Zeitgeist, o Filme, é um documentário produzido no ano de 2007 por um americano chamado Peter Joseph, que aborda três temas: cristianismo, ataques de 11 de setembro e o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos.
Só uma palavra me ocorre para descrever o documentário: aterrador.
Na primeira parte, que não é a que considero aterradora, apenas uma descrição patética da demanda humana por mitologia reveladora, o documentário renova a tese segundo a qual a religião judaico-cristã encontra seus fundamentos mitológicos nas crenças religiosas do antigo Egito e outros povos anteriores aos judeus. A tese não é inovadora e Freud, em seu livro Moisés e a Religião Monoteista já antes a defendera.
O documentário afirma que o mito de Jesus Cristo é baseado no mito anterior do deus egípcio Hórus que, da mesma forma que Jesus, nasceu de uma virgem, foi presenteado por três reis no nascimento, andou sobre as águas, ressuscitou um homem, teve doze discípulos, foi traído por um deles, previu sua morte um dia antes e ressuscitou três dias depois da morte.
A inovação, em relação à Freud, fica por conta da tese de que esses fatos, idênticos em relação a Cristo e Hórus e outras divindades antigas, são devidas a eventos astrológicos. É bastante interessante.
Quanto à parte aterradora do documentário, a que antes me referi, fica por conta das duas partes finais, que falam sobre o ataque de 11 de setembro e sobre o controle do Federal Reserve por particulares e como este controle domina, de fato, o mundo inteiro. Aliás, sobre o domínio do mundo por financistas, há um outro documentário, chamado "Let's make money", com o relato pessoal de um ex-assassino econômico chamado John Perkins, sobre o qual já comentei aqui no blog e que também vale muito a pena assistir. Mas, voltemos ao Zeitgeist.
Os assim chamados ataques de 11 de setembro de 2001 são apresentados pelo documentarista como um "ataque de falsa bandeira", ou seja, um artifício do próprio governo dos Estados Unidos utilizado para impor uma agenda financeira e geopolítica para o país, bem como para impor restrições às liberdades individuais que serão necessárias num futuro próximo de planejado totalitarismo americano.
Por fim, o documentário descreve a conspiração da elite financeira mundial para a criação de crises econômicos e guerras, através das quais alcançam ainda maior controle sobre o capital e sobre os próprios indivíduos, vistos como meros escravos absolutamente descartáveis.
Óbvio que o documentário possui todo aquele ar de teoria da conspiração, o que de modo algum significa que as suposições não possam, afinal, ser verdadeiras.
Como afirmou Baudelaire, a maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe.

Assistam o documentário pois vale a pena. Aqui vai o link: http://www.youtube.com/watch?v=rdIeqGKfUD8

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