terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cultura coletiva e direito autoral


Ao nascer, o ser humano encontra o mundo pronto e acabado.
À sua espera, cultura e ideologia estão absolutamente formadas, estruturadas, consolidadas. Todas as histórias já foram contadas, todas as canções já foram cantadas, todas as imagens já foram pintadas.
Inexistem páginas ou telas em branco.
O que existe é um recontar, um recantar e um repintar infinitos, síndromes da necessidade humana de recriar o que encontra pronto. O mundo estava pronto e nós o estamos mudando.
O original é a narrativa, não o drama, este eternamente retraduzido em palavras diversas.
A cultura, a autoria, é, assim, coletiva. O intertexto mitiga o direito autoral ante a rarefação da ideia criativa, cujos ecos ancestrais ouvem-se em sons cada vez mais abafados, dando a falsa sensação da originalidade.

Aprisionar a cultura em valores monetários é abrir estradas largas e bem pavimentadas para a idiotia generalizada.

Nenhum comentário :

Postar um comentário